Trilhos Mais Bonitos da Rota Vicentina

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A Rota Vicentina tem ao todo 400 quilómetros de trilhos pedestres que percorrem o litoral do Alentejo até ao Algarve.

Se os trilhos costeiros são realmente deslumbrantes, muitos também são os caminhos que se estendem pelos campos e pela serra mais a interior. Todas estas rotas merecem ser apreciadas ao ritmo da caminhada.

As duas grandes rotas (Caminho Histórico e Trilho dos Pescadores), com os Percursos Circulares, oferecem uma malha variada de percursos, capaz de satisfazer as necessidades e expectativas de qualquer caminhante experiente, famílias que se ajustem ao passo das crianças, ou meros curiosos que venham desbravar terreno por esta região fora.

passeio pedestre na rota vicentina
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O Caminho Histórico

Com um fraco grau de dificuldade geral e um total de 263 km de caminhos rurais pelo lado menos conhecido da região, esta rota inclui um total de 13 etapas para fazer devagar, ao sabor da vida no campo. Percorre as principais vilas e aldeias num itinerário com vários séculos de história.

Os troços serpenteiam entre paisagens de montado, serra, vales, rios e ribeiras, numa viagem pelo tempo, pela cultura local e pela natureza.

pego da pias alentejo

S. Luís – Odemira

Este trilho de dificuldade moderada, uma distância de 24,7 km, é feito, em média, em 6:37h. Sendo um percurso circular, pode-se marcar a partida tanto a norte, em S. Luís, junto à paragem de autocarros na estrada N120, como a sul, em Odemira, na rotunda com a escultura em ferro, perto do rio.

Esta é a etapa da água, onde se desvenda um Alentejo diferente, verde e vibrante de vida, com pegos e ribeiras refrescantes, a Ribeira do Torgal como protagonista e uma floresta viva, com abundância de espécies valiosas que cobrem as margens das linhas de água.

A primeira parte do percurso faz-se por campos agrícolas, montados e matos. As aves e os mamíferos abundam neste território onde o Homem e os animais selvagens coexistem pacificamente. o javali é comum nesta região. As aves insectívoras voam irrequietas de árvore em árvore, fazendo uma limpeza gratuita e eficaz das pragas da floresta.

A segunda metade do percurso acompanha parte da belíssima ribeira do Torgal, o principal afluente do Mira. O Pego das Pias é um sítio de uma beleza única e onde apetece ficar, dentro ou fora de água. Nas margens e nos matos adjacentes, encontram-se dezenas de plantas aromáticas e medicinais.

A chegada a Odemira faz-se com vistas sobre o rio Mira que serpenteia e ornamenta a paisagem no seu curso em direcção a Vila Nova de Milfontes.

Percurso dos Pescadores

O Trilho dos Pescadores inclui um total de 13 etapas e 226,5 km e é, provavelmente, um dos melhores trilhos costeiros do mundo. Segue o seu percurso lado a lado com o mar, usando os caminhos de acesso às praias e pesqueiros. É desenhado para se fazer a pé, ao longo das falésias, onde a areia é muita e a exigência física alguma.

Porém, qualquer caminhante que o cruze vai dizer valer a pena o esforço. Apesar do desafio, há um prazer imenso encontrado no contacto com o vento e o mar, na rudeza crua da paisagem costeira e na presença persistente da natureza selvagem.

Nesta rota, os melhores trilhos a fazer são:

Porto Covo – Vila Nova de Mil Fontes

Aproveitando a noite anterior para explorar a pitoresca aldeia de Porto Covo, é hora de fazer pés ao caminho para uma etapa algo desafiante devido à sua extensão (20 km) e piso (é sempre em areia). Porém, é o trilho das praias mais famosas desta região como as praias da ilha do Pessegueiro, do Malhão e Aivados.

A diversidade de praias que se encontra nesta etapa é o que a torna mais especial. Vais até encontrar praias com bicas de água doce (vinda da serra) que dão, então, o nome a Vila Nova de Mil Fontes.

trilho Vila Nova de Mil Fontes Almograve

Vila Nova de Mil Fontes – Almograve

Em seguida, atravessando o Rio Mira, a aventura continua por mais 16 km até Almograve.

Após atravessares a ponte (que se quiseres poupar um bocado as pernas, podes atravessar o rio de barco) chegas a uma das praias mais bonitas de Portugal – a Praia das Furnas.

Nesta etapa, para além de toda a beleza natural, podes também observar os Andorinhões que, dependendo da época, se podem encontrar em grande azafama, fazendo os seus ninhos ou alimentando as suas crias.

Percursos Circulares

percursos circulares hortas de sao luis

Hortas de S. Luís

Este percurso de 3,8 km de distância é facilmente feito em apenas 1 hora. COmeça em S. Luís, junto à paragem de autocarros na estrada N120, no largo dos Caeiros (rotunda central). 

É o trilho ideal tanto para quem se está a iniciar no prazer de caminhar como para as gentes mais práticas para quem o tempo é curto e apenas o acessível é fazível.

Um caminho que passa pelas hortas, quintas e pomares que povoam a castiça  aldeia de São Luís, tem o medronheiro como presença constante e as características sebes de loureiro a ladear o percurso. É ocasião para aproveitar apanhar alguns ramos, secar as folhas e usar para cozinhar pratos do mais delicioso que há. 

A magia acontece, ao chegar à floresta de sobreiros. Mas, durante todo o trilho, a aldeia de S. Luís é protagonista. A sua riqueza de recursos é tal que, antigamente era a principal fornecedora da povoação de Vila Nova de Milfontes, e hoje é reconhecida pela recuperação do uso da taipa em técnicas de construção.

Se quiser ir mais longe, acrescente 4 km ao percurso, aproveitando para subir à Serra de São Domingos.

Charcos Mediterrânicos (12 km)

Este percurso de dificuldade moderada com uma duração aproximada de 2h45, combina, ao longo dos seus 10,8 km, um belíssimo troço do Trilho de Pescadores, com um dos mais notáveis e singulares habitats de água doce da Europa, os charcos temporários mediterrânicos, que albergam inúmeras espécies raras e ameaçadas.

Tanto nos matos dunares como nas zonas húmidas, atravessam-se habitats emblemáticos. Na Primavera, é possível observar quase todas as plantas endémicas do litoral sudoeste de Portugal, só de percorrer este troço.

Arbustos aromáticos brotam nos matos. As estações do ano leem-se nas flores que desabrocham. Dia e noite, uma variedade imensa de pássaros, coelhos, texugos, raposas e saca-rabos povoam este lugar. Nos charcos habitam seres minúsculos como os camarões-fada, camarões-concha e camarões-girino e podem ser encontradas quase todas as espécies de anfíbios existentes em Portugal.

Como todos os Percursos Circulares, este está integralmente sinalizado nos dois sentidos. Pode ser iniciado tanto no Centro de Interpretação dos Charcos Temporários Mediterrânicos do Sudoeste Alentejano (na estrada entre Brunheiras e Ribeira da Azenha, na curva que dá acesso à praia do Malhão, seguindo o caminho de terra à esquerda) como a norte de Vila Nova de Milfontes, junto ao restaurante Porto das Barcas.

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